Escrito por Fernanda Silva - IMPRENSA FETRAF-BRASIL
Em discurso eloquente, Elisângela Araújo, coordenadora Geral da FETRAF-BRASIL abriu o encontro com Dilma Rousseff, na tarde desta quinta-feira (26), expondo a pauta da entidade focada no desenvolvimento sustentável que busca estabelecer novo modelo de sociedade que possa garantir renda aos agricultores familiares com a ampliação e massificação das políticas públicas para melhoria da qualidade de vida.
“Nossa pauta não traz só reivindicação, mas proposições para um Brasil, com inclusão social, sem fome e miséria para o povo”.
A presidenta reafirmou o compromisso com a FETRAF-BRASIL e informou, como primeiro ponto para estreitar essa relação, o encontro sistemático com a entidade a cada dois meses. Gilberto Carvalho, ministro da secretaria Geral da Presidência da República, será responsável pela realização.
Além das medidas anunciadas na semana passada de atendimento à agricultura familiar como a destinação de R$ 16 bi para o Plano Safra, com possibilidade de aumento de recurso caso todo o montante seja utilizado; taxa de juros com teto de 2% para todos os financiamentos; aumento do bônus do Programa de Garantia de Preços para Agricultura Familiar (PGPAF) para R$ 7mil; o tema da reforma agrária brasileira terá esse ano, R$ 530 milhões para pagamento de decretos já autorizados e,R$ 300 milhões para projetos de infra-estrutura solidária. Dilma, anunciou também a criação de Programa de Garantia de Preços Mínimos (PGPM) especifico para agricultura familiar e a inserção dos produtos da agricultura familiar nos supermercados como meio de contribuir no aumento da renda e comercialização no mercado nacional.
Para a questão da juventude, tema central da pauta de reivindicação da FETRAF-BRASIL, será articulado grupo entre os ministérios da Educação, Cultura, Desenvolvimento Agrário e Secretaria Geral, para identificar as experiências de sucesso que os estados desenvolvem e, quais as políticas do Governo podem ser aprimorados para atender as necessidades dos jovens.
No que se refere a habitação o programa Minha Casa, Minha Vida 2 contemplará a demanda por reforma que a entidade propunha. Na primeira fase do programa, só era permitida a construção das casas. Além disso, será criada a Superintendência Nacional de Habitação Rural, que estará em funcionamento nos próximos sete dias e, o Banco do Brasil também poderá operar o Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR), juntamente com a Caixa Econômica. Já para as mulheres, o objetivo é “traduzir as experiências urbanas para o rural, com a criação das agroindústrias, para que elas [as mulheres] possam conduzi-las”, disse a presidenta.
Código Florestal
A presidenta Dilma, mais uma vez deixou clara a posição do governo: “Não somos a favor de nenhuma prática que libere o desmatamento. Por isso, fomos radicalmente contra a emenda que passou na Câmara federal e faremos todo o possível para que não se aprove uma emenda que permita o desmatamento do nosso país”, discursou.
Alinhada à posição da FETRAF-BRASIL de que anistiar desmatadores abre ainda mais espaço para que sejam cometidas práticas ilegais, o governo está firme e destacou que o governo acredita no Brasil como potência agrícola e ambiental, e “aprovar uma emenda que escancara a possibilidade de desmatamento é um grande retrocesso”.
Participaram da audiência 40 representantes, lideranças sindicais das FETRAFs dos estados do Distrito Federal, Bahia,Goiás, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Pernambuco, Ceará, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Norte e Mato Grosso do Sul.
Em frente ao Palácio
Enquanto a presidenta recebia as lideranças, cerca de 500 agricultores familiares realizavam ato em frente ao Palácio do Planalto.
O grupo realizou caminhada da catedral da cidade, na Esplanada dos Ministérios, até o Palácio. Ao término da audiência, os agricultores familiares caminharam até o Congresso Nacional para ouvir os anúncios feitos pela presidenta.